Hoje fui ao médico.
Coisa banal, banalissíma, trivial, comum, vulgar.
Uma ida ao médico. Que é isto para uma brava mulher, como eu, que teve três cesarianas em três anos consecutivos? Que enfrentou um 2010 recheado de "surprises", com umas idas à faca assim a modos que jogo da roleta russa, com um corta daqui, depois corta dali e depois logo se verá...
Bom, mas hoje fui ao médico.
Mas não a um médico qualquer. A esses todos já estou eu habituada.
Com aqueles que cortam e cosem, já trato por tu, e até já chego a determinado tipo de acordos:
"Dr, já agora, retire-me o bicho, mas ao mesmo tempo, estique-me aqui esta ruga do canto dos lábios".
Ou então:
´"Ó Dr, e se aproveitássemos e tirássemos a papada, que diz?"
E as coisas até têm resultado.
E hoje fui ao médico, estava nervosa...
Não foi ao dentista. Adoro aquelas cadeiras desses. Gostava de ter uma coisa daquelas em casa., só lhes acrescentava uma funcionalidades, a de massagem. De resto, são óptimas. Até aquele conjunto de luzes, direccionado na perfeição para fazer a maquilhagem, ajudar na depilação do rosto, sei lá...
Hoje fui ao médico e nem a medicação da manhã me lembrei, tal era a nervoseira...
Cheguei a tempo e horas. Preenchi a admissão (!). O médico estava atrasado, que sorte!! "Estão a alcatroar o caminho que o Sr. Dr.utiliza", explicou a assistente.
Ai, que bom, com sorte livras-te por mais três anos da consulta , pensei.
Mas não. Passado cinco minutos, ouvi a assistente chamar o meu nome.
Não há escapatória, ainda por cima a AI estava ali, para se certificar que eu ia mesmo ao médico.
Blá, blá, blá.
Contei-lhe sumariamente as minhas belas primaveras de existência, complementa sempre pelas gracejolas da menina AI.
Depois, a frase fatal:
"Pronto, agora pode passar para aquele lado, despir-se, vestir a bata e deitar-se na maca."
Ia ser consentidamente violada!
Até daqui a três anos...